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Mapas para a História Futura da Igreja

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Por Wendy Colón Nieves

Meditando sobre as muitas e rápidas mudanças que estão ocorrendo no mundo hoje, refletia sobre como será a igreja nos próximos anos em relação a como ela está agora. Para entender as dinâmicas que têm provocado movimentos na igreja, recorri a alguns escritos de autores conhecidos, que em determinado momento viram pela janela a história da igreja. Como ponto de partida, se quisermos argumentar sobre o futuro da igreja, não podemos ignorar a história inicial do cristianismo, que conhecemos.

O próprio Jesus fez saber a seus apóstolos que o evangelho não era só para os judeus, o que nos indica desde o início do cristianismo que esta mensagem deveria chegar a todos os lugares. Após sua partida e com a promessa deixada sobre o Consolador, esses seguidores de Jesus ficaram treinando e pregando em sua terra. Mas apesar deles, e para que o evangelho começasse a se estender, tiveram que sair da comodidade do conhecido para uma perseguição, e começou uma expansão forçada do evangelho. Isto continuou até o quarto século, com a chegada de Constantino, que reconheceu o direito dos cristãos ao culto. Esta liberdade permitiu um período de difusão e consolidação do evangelho em todo o Império Romano[1]. A partir dali a expansão do evangelho se deu voluntariamente junto com a colonização e as missões até os dias de hoje. Justo Gonzalez afirma que já não se pode separar a história da igreja da história das missões[2]. Inclusive “a história da igreja e das missões tampouco se pode separar da história do mundo em geral” [3].

Os impérios foram os marcos históricos dos mapas da história do cristianismo em seus primórdios; o império romano no primeiro século, depois o império espanhol, seguido o império britânico. Mas a partir de 1955 o mundo começou a tomar novas formas, levando em conta os sistemas econômicos. A ideia trouxe três mundos: o mundo capitalista, o mundo comunista e o surgimento de novas nações conhecidas como “terceiro mundo” [4]. Devido ao anteriormente exposto, surgiram mudanças nos mapas do cristianismo, onde se podia identificar o centro do cristianismo na Europa ou nos Estados Unidos em certos períodos, sendo estes os centros de recursos econômicos para todos os esforços evangelísticos e de alcance da igreja. Mas este mapa do cristianismo voltou a mudar; a proporção de cristãos no Norte começou a diminuir e nos países mais pobres começou um grande crescimento do cristianismo, apresentando-nos uma geografia policêntrica[5]. O centro do cristianismo se moveu para

o Sul dramaticamente, mas sem podermos nos referir a um só ponto ou país, pois surgiram movimentos teológicos em diferentes lugares, como Peru, África e Filipinas[6]. Como resultado disso, nos últimos cem anos foram vistas grandes mudanças nas tendências da demografia religiosa, e podemos ver que os centros de vitalidade do cristianismo não são os mesmos que os centros de recursos econômicos[7]. A África tem experimentado a maior transformação religiosa dos últimos cem anos, a Ásia é a área de maior diversidade religiosa do mundo e na América Latina surgiu um grande movimento de igrejas indígenas mesmo em lugares remotos[8].

Os padrões de migração, causados por diferentes razões, também provocaram mudanças nos mapas da Europa, dos Estados Unidos e de muitos outros lugares, países cheios de outras culturas que expressam a fé de acordo com sua cultura de origem. Cada grupo traz consigo sua forma de interpretar e manifestar a fé, sem deixar de ser verdadeiros cristãos. Esta migração também trouxe a oportunidade de que grupos minoritários que antes não tinham voz na igreja agora, sim, a tiveram em outro país. Os mapas não são apenas definidos, então, por ideologias ou economia e sim também por culturas[9]. Toda essa diversidade provocou também mudanças na história da teologia, que agora se vê influenciada por diferentes idiomas e situações históricas de cada continente e/ou país.

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