Comibam Internacional

AMTB dá início à “Iniciativa 2033”

Chegar aos povos sem acesso ao evangelho é a linha de ação que a AMTB – Associação de Missões Transculturais Brasileiras pretende desenvolver como prioridade com suas organizações filiadas ao longo dos próximos 10 anos, por meio do projeto denominado “Iniciativa 2033”. O passo inicial para a implementação dessa iniciativa foi uma reunião estratégica entre líderes de igreja e de organizações missionárias, realizada de 12 a 14 de setembro em Jacareí (SP).

No evento foram apresentadas informações e estatísticas sobre a realidade atual das missões transculturais no Brasil e no mundo, e, principalmente, foram tratadas as condições para que esse esforço intencional prospere. Um dos aspectos essenciais foi a unidade, que pressupõe um trabalho consistente de parceria, com efetiva colaboração. Em termos práticos, considerou-se que é indispensável a participação da Igreja brasileira desde a etapa de elaboração de estratégias e se enfatizou a importância de se manter um ritmo intenso e constante de oração tanto em relação a trabalhos a serem iniciados como para aqueles em andamento.

A Iniciativa e seus fundamentos

O nome “Iniciativa 2033” é uma referência à marca de 2 mil anos da morte e ressurreição de Jesus Cristo e do mandato da Grande Comissão. Para garantir que seja efetivamente uma década frutífera para expansão do Reino de Deus no contexto da AMTB, foram considerados alguns aspectos fundamentais: promoção da reflexão missiológica; promoção de plataformas de mobilização que contribuam para gerar participação efetiva das igrejas; movimento crescente de intercessão pelos povos e locais com pouco ou nenhum acesso ao evangelho; trabalho consistente com parcerias no país e ao redor do mundo; aumento de força e unidade, por meio dos filiados; ação constante em prol do movimento missionário por meio dos departamentos.

“Esse não pode ser um movimento da AMTB, mas um movimento da força missionária”, considera Paulo Feniman, presidente da AMTB. “Podemos ter as informações, os dados, mas as decisões não são nossas. Qual o nosso real papel? Nós não ditamos tendências nem dizemos para onde ir. Nossa responsabilidade é a de sermos catalizadores, promotores das informações que recebemos. Temos que nos sentar à mesa com a Igreja brasileira, traçar estratégias com ela. Precisamos conversar com as organizações na condição de parceria, de igual para igual, para aumentar a unidade e a força, para somar e não disputar espaços como concorrentes. E o tempo todo temos que estar dependentes da graça e do poder de Deus”.

O desafio

Considerando o contexto brasileiro, a maior necessidade de atuação missionária continua sendo entre os já conhecidos segmentos menos evangelizados, que vem sendo considerados há quase 10 anos: indígenas, ribeirinhos, ciganos, sertanejos, quilombolas, diáspora (ou migrantes) e surdos. Recentemente foi incluído também o segmento dos pantaneiros.

Ao se olhar para a necessidade global de evangelização, o maior grupamento continua sendo o dos muçulmanos, seguindo como prioridade os budistas, hinduístas e povos tribais. Foram apresentados dados que indicam um aumento expressivo de cristãos em todo o mundo nas últimas décadas e outros que mostram que os esforços não acompanharam o crescimento populacional, mantendo bem desafiadora a tarefa remanescente de evangelização. Há um movimento com resultados bastante animadores que se baseia no livro de Atos, com ênfase em oração, dependência do Espírito Santo e formação de discípulos, que depois se agrupam em igrejas domésticas. Um pastor coreano (nome omitido por segurança) falou sobre as dificuldades e principalmente as possibilidades de sua região, que inclui o envio de milhares de missionários de seu país para a obra transcultural.

A expectativa é que a Iniciativa 2033 contribua também para a AMTB avançar no cumprimento do compromisso com COMIBAM, assumido em nome do movimento missionário brasileiro durante a Consulta Alcance Uma Etnia, realizada em março de 2023 no Panamá. A proposta é investir em missões pioneiras, chegando a um grande número de etnias no Brasil e em outras partes do mundo onde o evangelho ainda não tenha sido pregado.