Por Steve Burchett
A proclamação do evangelho traz oposição ao evangelho.
Paulo quase perdeu a vida em Listra, nas mãos de pessoas que apenas algumas horas antes o adoraram insensatamente. Enquanto Paulo estava naquela cidade pregando o evangelho, “sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto”. (Atos 14:19).
Paulo não estava morto. Saiu de Listra e viajou para a vizinha Derbe para proclamar o evangelho. “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé, e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus”. (14:21-22). Quando falou a esses novos crentes sobre as tribulações como um pré-requisito para a entrada no reino de Deus, falou a partir de uma grande quantidade de experiências. Mesmo antes do espancamento de Paulo em Listra, a oposição ao evangelho era desenfreada na primeira viagem missionária (Atos 13-14):
“Havendo atravessado toda a ilha até Pafos, encontraram certo judeu, mágico, falso profeta, de nome Barjesus, o qual estava com o procônsul Sérgio Paulo, que era homem inteligente. Este, tendo chamado Barnabé e Saulo, diligenciava para ouvir a palavra de Deus. Mas opunha-se-lhes Elimas, o mágico (porque assim se interpreta o seu nome), procurando afastar da fé o procônsul.” (Atos 13:6-8)
“Mas os judeus, vendo as multidões, tomaram-se de inveja, e blasfemando, contradiziam o que Paulo falava.” (13:45).
“Mas os judeus instigaram as mulheres piedosas de alta posição e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do seu território.” (13:50)
“Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram o ânimo dos gentios contra os irmãos.” (14:2).
“E, como surgisse um tumulto dos gentios e judeus, associados com suas autoridades, para os ultrajar e apedrejar.” (14:5)
Desde a primeira viagem missionária, há algumas lições a serem aprendidas sobre a oposição ao evangelho:
Primeiro, a oposição ao evangelho assume muitas formas
Em Pafos, Paulo chamou Elimas de “filho do diabo” (13:10), destacando a natureza demoníaca do mago contra o evangelho. Há alguma dúvida de que Satanás ainda hoje se opõe à igreja? Devemos orar ainda mais: “Livra-nos do mal” (Mt 6:13).
Em Antioquia, em Pisídia, a oposição veio na forma de palavras contraditórias (13:45). Similarmente em Icônio, foram usadas palavras que corromperam a mente dos incrédulos (14:2). Esta é a razão pela qual os crentes podem falar sobre o evangelho além de algumas poucas declarações triviais.
Em Antioquia, em Pisídia, e também em Icônio, uma tática utilizada para frustrar o evangelho foi a de incitar os que tinham autoridade a se unirem à perseguição (13:50; 14:5). Às vezes, um incrédulo pode ir a seu chefe com uma falsa acusação contra seu colega de trabalho simplesmente porque ele segue Cristo, e o chefe acredita nas mentiras e se une ao ataque. O cristão nessa situação tem provado o que esses primeiros missionários experimentaram.
Em Icônio, os não crentes tinham como objetivo abusar fisicamente dos pregadores, apedrejando-os (14:5). Os missionários escaparam e finalmente Paulo foi ferido com pedras em Listra (14:6, 19). É inegável que este tipo de perseguição severa existe hoje.
Segundo, a oposição ao evangelho não nos deve impedir de o proclamar
É valioso ver como Paulo e Barnabé respondiam à perseguição. Às vezes repreendiam as pessoas (13:10-11). Outras vezes falavam com mais audácia (14:3). Mesmo quando sabiam que era a vontade de Deus fugir para escapar de uma surra, foram a outro lugar para pregar o evangelho (14:6-7). O exemplo destes primeiros missionários deveria inspirar-nos a continuar a dizer a verdade sobre Cristo em circunstâncias difíceis. Inclusive, pode ser a vontade de Deus levar o evangelho onde os ataques serão persistentes e possivelmente perigosos.
Terceiro, nenhuma oposição ao evangelho pode frustrar a obra salvadora de Deus
Devido ao fato de os judeus incrédulos em Antioquia insultarem Paulo, ele e Barnabé levaram o evangelho aos gentios. “Os gentios ouvindo isso, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que foram haviam sido destinados para a vida eterna.” (13:48). Quando Paulo e Barnabé voltaram à sua igreja enviadora (em Antioquia da Síria), eles reuniram a igreja e “relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé” (14:27).
A soberania de Deus na salvação é nossa esperança à medida que avançamos, e nossa suficiência enquanto testemunhamos.
Steve Burchett é líder de seminários, escritor e assistente editorial da Christian Communicators Worldwide.
Fonte: Bulletin Inserts