Comibam Internacional

Um envio saudável significa acompanhar os que são enviados

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Por Ken McLemore

Os quais, perante a igreja, deram testemunho do teu amor. Bem farás encaminhando-os em sua jornada por modo digno de Deus; pois por causa do Nome foi que saíram, nada recebendo dos gentios. Portanto, devemos acolher esses irmãos, para nos tornarmos cooperadores da verdade. 3 João 1:6-8

Quando me tornei pastor missionário pela primeira vez, em 2000, soube imediatamente o que queria fazer. Com base em minha própria experiência, vivendo como missionário na Rússia, eu queria liderar uma igreja não apenas para enviar missionários, mas também para ir com eles como parceiros de pleno direito. Uma igreja que não só tivesse mentalidade missionária, mas que trabalhasse junto com seus enviados e fosse parte ativa para ajudar a alcançar as pessoas com o evangelho.

A oportunidade de implementar esta ideia chegou de imediato, quando nossa igreja adotou um grupo étnico na África. Pouco tempo depois, enviamos um casal de nossa igreja para trabalhar com nosso povo adotado, entre os quais não havia crentes conhecidos. Desde que começou esta jornada, temos trabalhado em muitos lugares e cometido muitos erros.

Através de nossos erros, aprendemos o que é preciso para ser uma igreja que não só envia pessoas, mas também mantém o rumo. A igreja tem a responsabilidade de alcançar as nações e não pode conseguir isso a menos que envie e vá também. A seguir, quatro dos componentes chave que nos têm ajudado não apenas a ser uma melhor igreja enviadora, mas também a ir bem com aqueles que enviamos.

  1. Compromisso estratégico a longo prazo

Nossa igreja está inequivocamente nisto de longo prazo. Estamos comprometidos tanto com aqueles que enviamos como com as pessoas que enviamos até que se plante entre eles uma igreja que replique a si mesma. A Bíblia coloca a tarefa de alcançar os não alcançados diretamente na igreja, o que significa que não podemos passá-la unicamente a um grupo para-eclesiástico ou a uma agência missionária. A igreja é uma parte tão importante da equipe que chega às pessoas como os missionários no campo.

Ao assumir um compromisso de longo prazo com uma pessoa e lugar em particular, estamos posicionados para estar entre eles, inclusive muito tempo após de nossos missionários saírem. Na verdade, os missionários originais que enviamos não estão mais trabalhando entre nosso povo adotado. Entretanto, nossa igreja ainda está trabalhando com outros missionários que responderam ao chamado de trabalhar entre eles. Estamos totalmente comprometidos com eles a longo prazo.

  1. Equipes de apoio missionário

Antes de os missionários partirem para o campo, trabalhamos com eles para desenvolver uma equipe de apoio missionário, que é composta por leigos de nossa igreja e que atuam como apoio para eles em seu ministério. Esta equipe atua como um canal de comunicação tanto para o pessoal como para a congregação. Também planeja viagens, ajuda a desenvolver ideias estratégicas com o campo, e fornece amor, oração e apoio emocional.

Quando há uma necessidade, a equipe de suporte é a primeira a saber. Estas são equipes importantes, por isso oferecemos a elas treinamento em estratégias missionárias para que estejam em sintonia com nossos missionários. A conexão entre nossa igreja local e os missionários no campo depende absolutamente destas equipes.

  1. Capacitar nossos jovens

Procuramos construir o envio em idade precoce como o DNA da igreja para nossa congregação. Uma das formas pelas quais temos conseguido isso é treinando estudantes de terceiro e quarto ano do ensino médio durante um ano inteiro. Aprendem a base bíblica de missões e as mesmas estratégias que nossos missionários executam. Desde o início, a ideia de que a igreja é a agência de envio está enraizada neles.

Ao final da formação, levamos todo o grupo para trabalhar entre os povos não alcançados da África, durante o qual eles podem colocar em prática o que aprenderam. Exige-se deles que façam tudo por si mesmos durante a viagem. Compram alimentos, preparam refeições, limpam e planejam todas as atividades.

A experiência prática permite aos estudantes vislumbrar como é viver em um ambiente intercultural. Mesmo que nunca se tornem missionários tradicionais a longo prazo, eles serão bem treinados e compreenderão claramente o que é preciso para ser uma igreja enviadora saudável. Mesmo que deixem nossa congregação após a graduação, nossa oração é que levem o que aprenderam para suas novas igrejas e as ajudem a serem igrejas enviadoras saudáveis também.

  1. Compromisso de todo o pessoal

Ao longo dos anos, descobrimos que quando o pastor e a equipe compreendem e comunicam que Deus deu à igreja a responsabilidade principal de realizar a grande comissão, ocorrem coisas impressionantes. Todos no corpo de Cristo têm um papel a desempenhar para ver pessoas de cada tribo e nação ao redor do trono, adorando o rei como se vê em Apocalipse 5:9.

Quer seja no ministério infantil, no ministério de estudantes, no ministério de louvor ou qualquer outra coisa no meio, todos desempenham um papel vital para ajudar uma igreja determinada a captar a visão de enviar e preparar muitos para irem. Os líderes da igreja desempenham um papel chave em mover suas igrejas nesta direção. Se os líderes da igreja não se comprometem, tampouco o farão as pessoas a quem dirigem. Devemos guiar nossas igrejas para enviarem e irem também.

Ken McLemore atuou como pastor de missões na Liberty Baptist durante os últimos 17 anos.

Fonte: International Mission Board